A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores manifesta sua profunda preocupação e repúdio diante da decisão unilateral do Grupo Meta de desabilitar, de forma definitiva e sem direito a recurso, a conta do Jornal A Verdade no Instagram.
No dia 5 de junho de 2025, o jornal foi notificado de que sua conta seria suspensa com base em uma justificativa genérica: possível associação a outra conta que teria violado os “Padrões da Comunidade”. No dia seguinte, a plataforma confirmou o banimento permanente da conta, com a exclusão definitiva de todos os dados e conteúdos publicados ao longo dos anos. O processo foi conduzido sem qualquer espaço de diálogo, explicação concreta ou possibilidade de contestação efetiva.
Trata-se de uma medida desproporcional, que ignora completamente os princípios de transparência, devido processo e liberdade de expressão. Com mais de 94 mil seguidores, a conta do Jornal A Verdade exercia papel fundamental na difusão de conteúdos jornalísticos comprometidos com os direitos humanos, a justiça social e a denúncia de violações sofridas por comunidades marginalizadas em todo o país.
O bloqueio arbitrário de um veículo independente, com mais de 25 anos de história e atuação contínua no campo da comunicação popular, representa não apenas um ataque à sua equipe, mas um precedente perigoso contra a diversidade de vozes no ambiente digital. Quando não há retorno, justificativa concreta ou possibilidade de contestação sobre a retirada de um canal, não há transparência quanto à real intenção da plataforma, o que nos coloca em alerta diante de possíveis censuras disfarçadas de moderação.
A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores acompanha o caso com atenção, reconhecendo o impacto direto dessa ação sobre o trabalho de jornalistas, comunicadores e militantes populares que atuam na defesa da democracia e da liberdade de informação jornalística no Brasil.
Exigimos a imediata reativação da conta do Jornal A Verdade e a revisão das políticas e práticas de moderação do Grupo Meta, que vêm afetando de forma sistemática veículos independentes e iniciativas de comunicação popular.
Seguiremos vigilantes e solidários às iniciativas que resistem ao silenciamento e reafirmam o papel do jornalismo como instrumento de transformação social.
