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Dia Nacional do Jornalista: Celebrando a Luta Contra a Desinformação

Hoje, 7 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Jornalista. A data foi instituída em 1931, pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como forma de homenagear o jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830.

Acima de tudo, a data nos oferece uma oportunidade para refletir no que implica, hoje, ser jornalista. O jornalismo, como instituição essencial à democracia, vive um cenário paradoxal: é mais acessível e relevante do que nunca, mas poucas vezes na história se viu tão fragilizado e questionado. O acesso à informação nunca foi tão amplo, mas, ao mesmo tempo, a confiança na informação e na verdade nunca esteve tão abalada.

Os dados mostram que estamos caminhando por um terreno acidentado, onde qualquer descuido pode gerar grandes impactos e até perdas de direitos à sociedade brasileira. Uma pesquisa feita em 2024 pelo Senado Federal revelou que metade dos brasileiros considera difícil identificar se uma notícia é verdadeira na internet. Enquanto 72% dos entrevistados acreditam ter recebido notícias falsas nos últimos seis meses, 81% acham que as notícias falsas podem afetar significativamente o resultado eleitoral.

Embora a informação nunca tenha sido tão acessível, ela se tornou, ao mesmo tempo, um bem volátil e manipulado. A proliferação de “fake news” e a manipulação da informação em larga escala são sintomas de um problema grave que ameaça a confiança nas instituições jornalísticas e democráticas. As redes sociais, que deveriam ser aliadas na disseminação de informações relevantes, frequentemente se tornam campos de batalha de narrativas distorcidas, onde a desinformação encontra sinal verde para crescer e se espalhar. 

O dia de hoje também é uma forma de celebrar os profissionais compromissados na resolução de um dos maiores problemas contemporâneos que já enfrentamos: a desinformação. Em tempos de incertezas, o verdadeiro desafio do jornalista será, sem dúvida, manter-se firme nos valores da verdade, da precisão e da ética, enquanto navega pelas águas turbulentas de um mundo cada vez mais imprevisível e desconcertante.

Caminhar por um terreno acidentado não exige apenas que desviemos dos buracos, mas também que deixemos a estrada livre deles para garantir a melhor circulação. Além de tentar resolver os “buracos” que a desinformação nos obriga a solucionar, é preciso pensar em um futuro com uma sociedade capaz de identificar de forma crítica uma notícia falsa ou manipulada. Existem tecnologias e estratégias para a boa funcionalidade da educação midiática, ferramenta pela qual a população aprende a identificar e questionar as fontes de informação que consome. O jornalismo, portanto, não pode se limitar a reagir aos ataques externos, mas deve, proativamente, criar estratégias para engajar o público e capacitá-lo a discernir as verdades dos enganos.

A tarefa não é fácil, mas com articulação, proteção e compromisso entre os jornalistas interessados em combater o problema, teremos uma estrada livre de empecilhos para caminharmos com mais tranquilidade e garantirmos o direito à verdade e à informação de qualidade. Seguimos!

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