O presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a ser o que mais bloquea jornalistas da plataforma, com 104 restrições registradas até novembro de 2022
Por: Isabela Alves
Desde setembro de 2020 a 11 de novembro de 2022, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 385 bloqueios de jornalistas por autoridades públicas no Twitter. O levantamento foi feito em parceria com a Open Society Foundations.
Em 192 casos, os jornalistas foram impedidos de acessar as contas de parlamentares, ministros, prefeitos e/ou do presidente da República.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a ser o que mais bloqueia jornalistas da plataforma, com 104 restrições. Em segundo lugar, está Mário Frias, ex-secretário especial da Cultura com 43 blocks, seguido de Abraham Weintraub, ex-ministro da educação com 42 blocks. Os três casos somados resultam em 49% dos bloqueios mapeados pela Abraji.
Parte dos jornalistas bloqueados apontam que tais suspensões são resposta a questionamentos e críticas postados com menções aos perfis das autoridades. Isso representa desde um retuíte que cite a autoridade, até uma reportagem que revela algo sobre a figura.
O impedimento dificulta a apuração dos jornalistas, principalmente durante o período eleitoral, já que muitas autoridades recorrem a suas contas nas redes sociais para publicar manifestações oficiais.
Além das restrições ao acesso à informação no ambiente digital, os jornalistas brasileiros vêm enfrentando um aumento nos ataques físicos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) também aparece como o primeiro na lista de autores de ataques desde 2019, sendo o responsável por 175 ocorrências (40,89%) de agressão.
Das nove autoridades públicas que mais bloquearam jornalistas, cinco constam no ranking de atores estatais que cometeram violência de gênero contra a categoria. Além do presidente, aparecem na lista os seus filhos Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL); o ex-secretário Mário Frias; e o ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.
Fonte: Abraji
Imagem: Adriano Machado/Reuters