Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores
Imagem: Douglas Lopes/Redes da Maré/Via Ponte Jornalismo

Operação na Maré: nota pública de comunicadores populares

Operação policial na Maré: Cotidiano mareense impactado por uma operação, mas é a paralisação da linha vermelha e amarela que incomoda o restante da cidade? 

Desde às 5h da manhã desta segunda, dia 26 de setembro, moradores e moradoras da Maré relatam violações que estão sofrendo por causa de mais uma operação policial. As favelas são: Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Fogo Cruzado, Vila do Pinheiro, Vila do João, Salsa e Merengue.

A operação está sendo coordenada pelas polícias Civis e Militar mobilizando as forças especiais BOPE, CORE e BAC com uso de helicópteros e carros terrestres blindados da polícia, os chamados caveirões. A alegação é de que os 120 homens das forças policiais entraram para impedir investidas de uma facção contra outra. 

Pelas redes sociais, moradores relatam que duas pessoas foram assassinadas e outras se encontram feridas. Até o momento, há relatos de que os policiais invadiram o baile funk, revistaram moradores e mandaram correr, e também, bateram em algumas pessoas.  Neste momento, há invasão às casas, inúmeros carros estão sendo quebrados, além de tiroteios em inúmeras ruas a todo o momento. 

Assim, como é o cotidiano da favela em dias de operações como estas, escolas, postos de saúde, o comércio e tantos outros serviços da favela estão parados. Muitos moradores não conseguiram sair para o trabalho ou para os seus outros compromissos pessoais. Internet e luz acabaram tendo seus serviços prejudicados em algumas áreas também. 

Logo cedo, pela TV, o que vimos é que a Linha Vermelha e a Linha Amarela também ficaram fechadas. Ou seja, a operação policial que neste momento impacta diretamente a vida de cada morador e moradora da Maré não é o mais importante, mas sim o incômodo e a paralisação da cidade.

Afirmamos que cada operação policial, a cada jovem negro e pobre assassinado em nossas favelas do Rio de Janeiro, deveriam paralisar a cidade em protesto. A cada operação é menos um dia em nossa favela. Queremos ter o nosso cotidiano respeitado!

Imagem: Douglas Lopes/Redes da Maré/Via Ponte Jornalismo

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