PM intimida evento contra radicalização promovido pelo SJPMG

Ato “Em Defesa da Vida e da Democracia” prestava homenagem às pessoas assassinadas em função da intolerância política

Por: Isabela Alves

Na noite do dia 14 de julho, a sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SPMG) foi surpreendida com a entrada da Polícia Militar durante o ato “Em Defesa da Vida e da Democracia”. 

A atividade política, organizada em conjunto com as entidades sindicais e estudantes, prestava homenagem às pessoas assassinadas em função da intolerância política e da radicalização por parte da extrema direita.

Por conta do cunho político do evento, a PM enviou um policial fardado à sede da entidade mineira para colher informações sobre o ato sob a justificativa de que era preciso garantir a “segurança” do evento em “tempos de polarização”. 

Em comunicado oficial, o Sindicato afirmou: “De pronto, foi informado de que a presença da PM não era bem-vinda e que não houve, por parte de nenhuma das entidades promotoras do ato, pedido de segurança. O PM, depois de fotografar o cartaz do ato e colher os dados da presidente do Sindicato, Alessandra Mello, se retirou. Mas na sequência, um homem descaracterizado, que o sindicato suspeita ser um ‘P2’ (policial do setor de inteligência que anda à paisana), passou a fotografar e filmar o ato do lado de fora. Abordado pelos participantes sobre os motivos da filmagem e se ele era PM, o homem alegou ser motorista de Uber. Além da PM, a Guarda Municipal apareceu sob alegação de ter recebido uma denúncia. Essa não é a primeira vez que a PM aparece em atos na sede. A presença ostensiva da PM na porta da entidade é frequente, mas dentro da sede, foi a primeira vez.” 

A SJPMG cobrou esclarecimentos do comando da Polícia Militar e do governador Romeu Zema (Novo).

Fonte: FENAJ e Sindicato dos Jornalistas

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