A matéria apontava os proprietários de iates de luxo do evento “Amazon Immersion”, que promovia festas em plena pandemia no ano passado
Por Gabriela Costa
Reportagem do Amazônia Real é censurada pela Justiça do estado do Amazonas. A agência foi obrigada, sob pena de multa, a retirar a matéria do ar, a qual revelava quem eram os donos dos iates de luxo utilizados no “Amazon Immersion”. O evento promovia festas clandestinas com turistas no auge da pandemia de COVID-19, em abril do ano passado.
Desde a manhã da terça-feira (19) a reportagem foi retirada do portal em sua íntegra, conforme a decisão judicial, mesmo que apenas alguns trechos tenham sido contestados pelos empresários. A decisão foi tomada pela juíza Mônica Cristina Raposo da Câmara Chaves do Carmo, da 10ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho da Comarca de Manaus.
Os empresários também pediram uma indenização de 8 mil reais.
A reportagem “Iate do Amazon Immersion estava sem autorização” apontava os nomes dos empresários Waldery Areosa Ferreira e Daniel Henrique Louzada Areosa, da empresa WL Sistema Amazonense de Turismo. Eles afirmaram que a matéria associa o nome deles como organizadores do evento, que levava turistas brasileiros e estrangeiros para visitar comunidades indígenas no entorno de Manaus durante a pandemia.
Na época, aglomerações eram proibidas pelo governo amazonense por conta do Decreto 43.650, de 31 de março de 2021. Segundo os empresários, a reportagem continha conteúdo difamatório e calunioso, o qual comprometia a honra, reputação e imagem deles.
A advogada, Bárbara Trindade, que representa o Amazônia Real contou ao veículo que “ao determinar a retirada da matéria do ar, sem oportunizar à Amazônia Real o contraditório, a decisão proferida consubstancia censura, de forma que impede o livre exercício de atividade jornalística”.
Além dela, Kátia Brasil, co-fundadora e editora executiva da agência, afirmou: “A agência Amazônia Real ser censurada por um empresário, acusado de diversos processos, e em plena democracia é algo que eu jamais imaginava acontecer. Essa decisão judicial não fere só a liberdade de imprensa, fere toda a mídia independente e investigativa brasileira que exerce o jornalismo para tornar os cidadãos deste país pessoas livres de amarras e de desinformação”.
O Amazônia Real vai continuar a recorrer na Justiça para se defender das acusações.
Fonte: Amazônia Real
Imagem: Freepik