O jornalista fotográfico João Leoci foi detido junto a 20 ativistas que trabalham com o acolhimento e redução de danos para as pessoas que vivem nas ruas
Por: Isabela Alves
Em 1º de setembro, o repórter fotográfico João Leoci foi detido junto a 20 ativistas que trabalham com o acolhimento e redução de danos para as pessoas que vivem em situação de rua. A ação ocorria enquanto o profissional estava cobrindo uma atividade na região da Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo.
O jornalista e o grupo foram encaminhados ao 77º Distrito Policial – Santa Cecília sob a alegação de perturbação da ordem pública. No momento em que estavam prestando depoimento, a Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana estavam realizando a Operação Caronte, que tem o objetivo de desfazer os pontos de venda de drogas do centro.
“Eles já chegaram atirando com balas de borracha e soltando bombas. Eu me identifiquei como jornalista e mesmo assim tive uma espingarda calibre 12 apontada para o meu rosto”, contou o jornalista em entrevista ao Ponte Jornalismo. Após passarem cerca de quatro horas detidos na delegacia, eles foram liberados.
A ação vem ganhando notoriedade pelo uso excessivo de força e repressão de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e pelas tentativas de intimidar o trabalho dos profissionais da imprensa.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram uma nota repudiando a violência contra o trabalho jornalístico e se solidarizam com o repórter e as demais vítimas dessa ação policial.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que os moradores da região reclamam com frequência do som alto que ocorre todas as quintas-feiras. Uma caixa de som foi apreendida e o grupo liberado.
Fonte: SJSP
Imagem: João Leoci/Ponte Jornalismo