Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores
Imagem: Marcos Santos

3,9 bilhões de pessoas vivem sob crise de liberdade de expressão

Relatório inédito da Artigo 19 mostra a pior situação dos últimos 20 anos, quando o levantamento começou a ser feito

A liberdade de expressão atingiu seu menor patamar no mundo todo em 20 anos com cerca de 3,9 bilhões de pessoas, 51% da população mundial, vivendo em países onde a garantia deste direito está em crise. A queda foi puxada por restrições crescentes em países com grandes populações, como a China, Índia, Turquia, Rússia, Bangladesh e Irã, e por retrocessos e quedas alarmantes em países como o Brasil, Estados Unidos, Hungria e Tanzânia. O alerta é lançado pela organização internacional de direitos humanos Artigo 19, em um relatório global inédito, publicado no dia 19 de agosto.

O Brasil está em destaque negativo no Relatório Global de Expressão: apresentou a queda mais expressiva no indicador de liberdade de expressão em todas as comparações realizadas: o indicador caiu 18 pontos em um ano, recuou 39 pontos em cinco anos, e 43 pontos em 10 anos. Com 46 pontos em um total de 100, o Brasil está com sua liberdade de expressão em “Restrição”, ocupando 94o posição em um ranking de 161 nações, atrás de todos os países da América do Sul, com exceção apenas da Venezuela.

O relatório indica que o declínio acelerou com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República no início de 2019, com uma queda de 28% em apenas um ano. “A pandemia de 2020 fez do Brasil um exemplo extremo de como líderes autoritários e restrições à liberdade de expressão, combinados com desinformação, representam um alto risco para a saúde pública”, destaca a análise.

Além do indicador e do alerta, a publicação traz recomendações para reverter essa tendência. “No Brasil e no mundo, é preciso garantir um ambiente de trabalho seguro para jornalistas, livre de ataques a organizações da sociedade civil e em que a população não encontre barreiras de acesso à informação pública e a uma internet livre de violações de direitos humanos”, afirma Denise Dourado Dora, diretora executiva da Artigo 19.

Acesse o Relatório Global na íntegra (em inglês) e o sumário executivo (em português).

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