Relatório produzido pela organização Gênero e Número e Repórteres Sem Fronteiras aponta que 55% das mulheres e/ou LGBTs enfrentam dificuldades no trabalho
Por: Isabela Alves
Mais da metade (55%) das jornalistas mulheres e/ou LGBTs enfrentam dificuldades no trabalho diário no atual contexto de desinformação no Brasil e 92,5% delas consideram que o fenômeno chegou a um estágio “muito grave”.
Os dados são do relatório “O impacto da desinformação e da violência política na internet contra jornalistas, comunicadores mulheres e LGBT+”, realizado pela organização Gênero e Número e Repórteres Sem Fronteiras.
86% das entrevistadas apontaram que os ataques contra jornalistas pioraram após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ainda, 42% delas foram vítimas de violência online por causa do exercício da profissão e 85% se viram obrigadas a mudar o comportamento nas redes sociais como uma forma de se protegerem dos ataques.
Mais de 90% dos 237 jornalistas participantes da pesquisa avaliam que a “desinformação tem causado uma perda de confiança na imprensa por parte da sociedade” e 71,3% avaliam que a deslegitimação do papel da imprensa como fiscalizadora do poder é um efeito danoso da desinformação.
A maioria também identificou que a desinformação inibe e prejudica a percepção do público em verificar a veracidade das informações que recebe. Para 59,7% das participantes, parte da população não consegue distinguir conteúdos falsos de verídicos, enquanto outros 31,3% acreditam que a sociedade, de modo geral, é incapaz de fazer essa distinção.
Fonte: DW e Gênero e Número
Foto: Marcos Santos / USP Imagens