Quatro profissionais da imprensa foram condenados após realizar reportagens sobre as violações de direitos humanos da guerra no Iêmen e condições de vida no país
Por: Isabela Alves
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e o Sindicato dos Jornalistas do Iêmen (YJS) estão promovendo uma campanha global para pressionar o movimento houthi a libertar quatro jornalistas iemenitas presos no país tomado pela guerra.
Os jornalistas foram condenados a pena de morte por realizar reportagens sobre as violações de direitos humanos da guerra no Iêmen e condições de vida no país.
Em junho de 2015, os jornalistas Abdul-Khaleq Omran, Akram al-Walidi, Harith Hamid e Tawfiq al-Mansoori foram capturados, na capital Sanaa. Em abril de 2020, o tribunal houthi os condenou à pena capital, sob acusações de “traição e espionagem para estados estrangeiros”.
Entidades de direitos humanos apontam que os quatro profissionais já sofreram tortura física e psicológica, além de “negação sistemática do direito à visita e do acesso a cuidados médicos”.
As associações sindicais irão enviar uma mensagem aos representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Unidos no Iêmen para que a soltura dos jornalistas se torne uma questão urgente em suas agendas.
Em nota oficial, a FIJ afirmou: “Acreditamos que esta é uma campanha crucial que, se bem-sucedida, salvará a vida de quatro colegas, mas também enviará uma mensagem de esperança aos trabalhadores da mídia iemenita que lutam todos os dias para relatar o que se tornou uma guerra silenciada”.
A guerra no Iêmen fez com que o país se tornasse um dos mais perigosos para jornalistas, sendo que ao menos 19 profissionais de imprensa foram mortos no país desde o início da guerra civil, em 2014.
Os conflitos entre os rebeldes houthi, o chamado governo legítimo, e os separatistas do Sul têm exacerbado a crise humanitária no país. As forças houthi são formadas pelos seguidores do movimento político-religioso Ansar Allah e tentam controlar o Iêmen após a saída de Ali Abdullah Saleh.