O ataque ocorreu em junho deste ano após a publicação de uma reportagem que denunciava esquema de produção de fake news em favor do presidente
Por: Isabela Alves
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em parceria com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), identificou o homem bolsonarista que ameaçou de morte dois jornalistas do portal Congresso Em Foco.
A ameaça feita ao repórter Lucas Neiva e a editora do site Vanessa Lippelt ocorreu após a publicação de uma reportagem que denunciava um esquema de produção de fake news em favor do presidente Jair Bolsonaro, em 4 junho de 2022.
O acusado, de 23 anos, mora no Paraná, trabalha na área da informática e possui outras passagens pela polícia por agressão. O criminoso vazou os dados pessoais de Neiva e escreveu diversas ameaças em fóruns da internet.
Lippelt também recebeu ameaças de morte e de estupro através do e-mail da redação do site. O homem afirmou ter acesso aos dados pessoais de Vanessa e de toda sua família.
“Achei quatro falhas em criptografias militares, infinitamente 10 vezes mais fortes que a do Pentágono. Eu já tenho seus dados e os dados de toda sua família. Viajarei até sua casa com a arma que estou enviando a foto em anexo, tenho 200 balas, assim fazer a festa no seu cafofo e provavelmente morrer em um belo confronto com a polícia depois de estuprar você e todas as crianças presentes”, diz um trecho das ameaças.
O site do Congresso em Foco também foi derrubado por um ataque hacker um dia após a publicação da matéria. A página chegou a ficar fora do ar por cerca de nove horas.
Diante da situação alarmante, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MDFT) concedeu medidas protetivas para Lucas Neiva e Vanessa Lippelt, além da filha da jornalista.
A medida proíbe que o acusado se aproxime a menos de 800 metros das vítimas e de frequentar o local onde funciona a redação do Congresso em Foco.
O homem também não poderá ter nenhum tipo de contato com os jornalistas, sob a pena de pagamento de multa no valor de R$ 1 mil por cada situação que haja desobediência. O valor deverá ser revertido para as vítimas.
Fonte: Metrópoles
Imagem no topo: Sora Shimazaki / Pexels
