A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores apela aos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção da decisão tomada pela Ministra Cármen Lúcia, na Reclamação Constitucional 66246, que cassou autorização de uma operação ilegal da Polícia Civil de Mato Grosso que tentou acessar, por meio de decisão classificada pelo STF como “censura judicial”, as fontes de três jornalistas de Mato Grosso.
Eles foram alvos de operação denominada “Fake News 3” e foi deflagrada a pedido do governador do estado, Mauro Mendes (União), por conta da reprodução de reportagem publicada pelo site Repórter Brasil que revelava que um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso é sócio majoritário de uma empresa de mineração de ouro.
Não são novidades as investidas do governador do estado contra jornalistas que o desagradam. Recentemente, o próprio STF foi alvo das investidas do governador que, a partir de suas redes sociais e sem conhecer o teor dos processos relacionados ao 8 de janeiro, considerou as penas aplicadas pela Corte como “desproporcionais”.
A Rede de Proteção alerta que a manutenção da derrubada da operação contra jornalistas – que consistia no acesso aos equipamentos eletrônicos, com a nítida intenção de violar o resguardo constitucional da fonte – é medida que se impõe para a manutenção da própria garantia à liberdade de informação e de imprensa.