Rede Nacional de Proteção repudia tentativa de censura contra Ana Bonassa e Laura Marise

A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores expressa repúdio à recente decisão judicial que multou a bióloga Ana Bonassa e a farmacêutica Laura Marise em R$1.000,00. O processo judicial foi movido por um indivíduo que, no ano passado, divulgou informações falsas sobre o tratamento da diabetes em suas redes sociais.

Em junho de 2023, Ana Bonassa e Laura Marise receberam denúncias de um perfil que afirmava, erroneamente, que a diabetes era causada por vermes e promovia protocolos de desparasitação como tratamento. Para esclarecer a desinformação e alertar a população sobre os riscos do abandono dos tratamentos comprovados, as pesquisadoras publicaram um vídeo explicativo, destacando que a diabetes não é causada por vermes. O vídeo incluía uma captura de tela do perfil público responsável pela desinformação, utilizando informações que estavam amplamente disponíveis no próprio perfil do autor.

Surpreendentemente, o autor do perfil entrou com uma ação judicial alegando “exposição de dados sensíveis” e solicitou uma reparação no valor de R$1.000,00 por danos morais. A sentença foi favorável ao autor, obrigando a remoção do vídeo e impondo uma multa diária por descumprimento. O valor da sentença, além de questionável, levanta sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e a luta contra a desinformação.

Além disso, após a publicação de uma coluna sobre o caso na Folha de S. Paulo, o autor do processo solicitou sigilo, alegando assédio e exposição de dados sensíveis, apesar de a matéria não mencionar seu nome. Essa tentativa de silenciar a discussão pública e censurar o combate à desinformação é alarmante e inaceitável.

A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores reafirma seu compromisso com a luta contra a desinformação e se solidariza com Ana Bonassa e Laura Marise. 

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