Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores
Foto: Wikimedia Commons

Relatório alerta para quase 3 casos de violência contra jornalistas por semana em 2021

A pesquisa divulgada no dia 22 pela Abert mostrou um total de 145 casos de violência não letal durante o ano.

Por Gabriela Costa

Em 2021, o Brasil teve 145 casos de violência não letal contra jornalistas, segundo o relatório divulgado na terça-feira (22), pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert). A média durante o ano foi de 2,7 casos por semana, com um aumento de 21,69% do número de profissionais da imprensa atacados em relação ao ano anterior.

A pesquisa “Violações à Liberdade de Expressão” também registrou que o número de casos registrados caiu – foram 150 no ano de 2020 em contraste com 145 em 2021.

A maior parte da violência foi através de ofensas e agressões e, segundo a Abert, armas de fogo foram utilizadas em 50% de todos os casos registrados.

Não houve nenhum registro de assassinatos de jornalistas em 2021, sendo o segundo ano em que esse número foi observado desde 2012, quando o relatório começou a ser produzido. O único outro ano a não ter nenhuma morte desses profissionais foi em 2019.

Alguns crimes não foram incluídos na pesquisa por não terem suas investigações concluídas, como o assassinato de Weverton Rabelo Fróes, radialista da Bahia.

O relatório também trouxe dados do Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa, organizado pela Repórteres sem Fronteiras. Nessa lista, o Brasil aparece na zona vermelha, pela primeira vez em vinte anos.

O projeto analisa a liberdade de expressão em 180 países e os divide em cinco níveis diferentes, representados pelas cores: branca (muito boa), amarela (boa), laranja (problemática), vermelha (difícil) e preta (muito grave).

Outra pesquisa utilizada no relatório divulgado pela Abert tem relação com o aumento de crimes virtuais e foi realizada pela empresa Bites. No ano passado, ocorreram três ataques pela internet por minuto; 167 por hora e 4 mil por dia; todos direcionados ao trabalho jornalístico. Houve uma queda nesse número, porque em 2020 eram seis ataques por minuto, 331 por hora e cerca de 7,9 mil por dia.

“Palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas contra a imprensa profissional” é a definição de ataques utilizada pelo estudo.

Foto: Wikimedia Commons

Pular para o conteúdo