Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores
Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Vice-procuradora-geral acusa repórter do Metrópolis de ser “leviano” 

Após revelar em uma reportagem que apoiadores de Bolsonaro estariam planejando um golpe de Estado, Lindôra Araújo defendeu arquivamento da investigação que apura as mensagens

Por: Isabela Alves

No dia 9 de setembro, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, defendeu o arquivamento da investigação que apura mensagens compartilhadas por empresários que são aliados ao presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Em algumas das conversas, alguns defendem um golpe de Estado caso o presidente não seja reeleito. A ação foi revelada em uma reportagem de Guilherme Amado, do Metrópoles. 

Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a procuradora chamou de “leviano” o trabalho do repórter.

Em trecho revelado pela Abraji, ela descreve: “Ministro seria suficiente para um olhar mais aprofundado acerca da veracidade da pretensa existência de uma conspiração criminosa de empresários e das terríveis consequências desse leviano ato jornalístico que deu ensejo à instauração de uma investigação e à decretação de diversas medidas cautelares …”

Segundo ela, o jornalista teria um padrão de divulgar mentiras. Ainda enquanto era repórter da Revista Época, Amado errou ao informar que o ministro teria contraído covid-19e ela utilizou o ocorrido como justificativa para falar do seu trabalho. No entanto, ele identificou, corrigiu o erro e se desculpou.

Em nota, a Abraji repudia a ação da vice-procuradora geral: “É lamentável que uma procuradora da República faça uso do cargo para, em uma manifestação oficial perante a Suprema Corte do país, atacar um jornalista, sobretudo no período eleitoral, em que a imprensa é ainda mais necessária para garantir a lisura do processo democrático”. 

Fonte: Abraji

Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

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